ASSOCIAÇÃO LUSO-BRASILEIRA DE CAMPO GRANDE - MS

Paisagismo do Clube Estoril ganha vida pelas mãos de Maria Licínia

Quem observa os jardins do Clube Estoril deve ter percebido nos últimos meses que os espaços verdes, principalmente da parte de cima, ganharam mais vida e cor. Isso teve grande influência dos cuidados e do carinho de Maria Licínia, membro do Conselho de Sócios Remidos da Associação Luso Brasileira de Campo Grande MS e esposa do atual presidente, Fernando Santos Gonçalves.

Tudo aconteceu por etapas, a partir das prioridades. Com a construção do espaço Prime Estoril, buscou-se uma planta que pudesse fazer uma espécie de muro natural em frente ao blindex. “Tanto eu como o Fernando gostamos muito de flores. Se a planta não tiver flor, pra nós, não tem muito valor não (risos). Claro que tem algumas que mesmo sem flor tem uma mistura de cor bonita. Utilizamos uma com flor roxinha, e está crescendo bem” contou Licínia.

Assim que concluiu o trabalho percebeu o outro jardim, ao lado. Quis modificá-lo mas antes que pudesse quebrou a perna. Esta não é a primeira vez que Maria Licínia trabalha com as plantas no Clube. Na gestão anterior de Fernando, no início dos anos 2000, ela também se preocupou com isso. Como não tinham recursos na época para esta finalidade, ela buscou receita de formas alternativas. “Vendemos latinhas, outros materiais recicláveis e até água de coco a preço mais barato que o que vendem por aí” com isso, conseguiram fazer vasos grandes que ornamentam o Estoril até hoje. O sucesso na arrecadação foi além e com o que sobrou foi possível comprar travessas para a cozinha.

Também não foi a primeira vez que Licínia quebrou a perna, há vinte anos ele teve que ficar muito mais tempo de molho para se recuperar. Inquieta, a filha de Antônio Veríssimo, ex-presidente notório do Centro Beneficente Português, é do estilo que não importa como, tem que estar em movimento. “Eu nunca fui de ficar parada. Sou do tempo em que tínhamos que fazer muita pesquisa de preço porque o valor que se cobrava de manhã era outro à tarde. Desde adolescente eu ajudava meu pai, às vezes indo para São Paulo para as firmas em que tinha negócios. Eu adorava viajar”.

Para uma pessoa assim, ficar no resguardo exige planejamento para passar o tempo. “Eu dividia meu tempo. Usava parte da manhã para bordar, à tarde eu lia. Se a leitura estivesse boa, no outro dia pela manhã eu lia e mesmo se estivesse empolgada, à tarde eu bordava”. Desta vez, no entanto, Licínia não estava muito para leitura, queria mais movimento. “Nunca gostei muito de ficar parada em casa. Um dia estava lendo no tablet, ou no celular, e o Fernando foi dar uma saída. Eu estava numa boa. Quando ele voltou eu não reparei e ele me viu mexendo no celular e chorando. Eu nem percebi que as lágrimas estavam correndo. Ele falou ‘ah, não, você não vai ficar mais em casa, vou te carregar pra todo lado’”. E assim se fez, para a felcidade da conselheira.

Mesmo na cadeira de rodas enquanto se recuperava desta vez, Maria Licínia se meteu a fazer o outro jardim. “Conversei com o Zé Luiz, pra ver se a gente tinha outra planta pra fazer uma reciclagem. Escolhi as que era mais bonitas. As pedras brancas foram lavadas na betoneira, fizemos os desenhos com elas. Neste jardim foi tudo reciclado. Vieram coisas da minha casa também, como um coqueiro. Inclusive as que tínhamos plantado no Prime já estavam dando mudas e pudemos aproveitar. Nem parece que tiramos de alguns lugares, e ainda pudemos encher outros. Planta tem disso, é só você saber remanejar. Eu gosto de planta” afirmou.

O resultado já começa a fazer diferença e só melhora com o tempo. Passando pelo jardim para mostrar o que foi feito, agora sem cadeira de rodas, mas ainda em recuperação utilizando o andador, aponta com alegria para as flores que aparecem, para as mudas que surgem. “Sou de desafios. Se é para uma causa que merece o meu empenho, eu vou lá e faço” finaliza Maria Licínia.

Confira as fotos de André Patroni.

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