Coral e orquestra natalina encantam público na Cantata do Clube Estoril

A Associação Luso Brasileira de Campo Grande MS realizou a décima primeira edição da Cantata de Natal no Clube Estoril. Este é provavelmente o mais longevo evento do tipo na cidade e serve como uma preparação do espírito para a chegada do natal e do fim do ano.

Em clima de solidariedade, quem chegava entregava o pacote com os alimentos não perecíveis solicitados no convite. O montante arrecadado será doado para a instituição Cotolengo, que oferece serviços de saúde para pessoas com deficiência.

O diretor social da Associação, José Reis, abriu a noite convidando ao palco os coralistas. "O trem da alegria está passando e lá dentro tem o espetáculo, ele dá aquela paradinha pra dar tempo de embarcar ou não. Quem embarcou assiste ao espetáculo, quem não embarcou fica na estação" disse o diretor, agradecendo a todos pela presença.

Os corais Santa Cecília, São Geraldo Majela e Bella Idade uniram-se para cantar tradicionais músicas natalinas sob a regência do maestro Quirino.

Cândida Vieira integra o Bella Idade e atua nas cantatas do Estoril desde a primeira edição. "Gostamos muito de cantar, gostamos do nosso regente, gostamos de atuar e de mostrar nosso trabalho fora, e o Estoril sempre acolheu a gente muito bem. Nós gostamos de vir aqui, já faz onze anos e vamos continuar comparecendo enquanto formos convidadas" disse a simpática contralto.

Reagindo com aplausos ao fim de cada música, a plateia ficou atenta à apresentação e alguns resolveram registrar com seus celulares cada momento.

A educadora física Cristiane Lima ficou encantada. De volta a Campo Grande depois de passar um tempo em Tocantins, soube do evento pelo site do Clube e resolveu comparecer para assisti-lo pela primeira vez. "Eu amo cantata! Eu cantava no Tocantins, fazia parte de um grande coral e estou sentindo falta de cantar. Pensei 'com certeza vou lá e já vou contactar o maestro e quero fazer parte da equipe dele'. Foi maravilhoso, ouvi todas as nuances, os tons, ele trabalhou muito bem. Foi muito interessante, bonito mesmo, coisa de alto nível" analisou Lima.

Sempre buscando inovar, o Estoril convidou para esta edição a orquestra dos Arautos do Evangelho. Com um naipe de metais de trompete, trombone e trompa, além de instrumentos de madeira como clarinete, flauta transversal e oboé, conduzidas por uma percussão e orientadas pelo maestro padre Max, em torno de 30 pessoas participaram tocando e cantando.

"São João Bosco já dizia 'uma casa sem música é como um corpo sem alma', a música sempre teve uma importância grande na história, e sempre influencia. Ela toca o sentimento da pessoa e ao mover o sentimento acredito que as graças do natal chegam mais perto, cantando essas músicas de tradição natalina as pessoas se envolvem com o espírito do natal" afirmou o trompetista e seminarista Felipe Goldschmidt, de 16 anos.

Compostas também por crianças e adolescentes, a orquestra executou canções clássicas como Noite Feliz e também trouxe uma experiência sensorial ao simular o som de renas que conduzem o trenó.

O padre responsável pelo grupo, Max Adriano, ficou feliz com a apresentação. "Confesso que foi uma alegria estarmos aqui, sentimos que as pessoas estavam muito receptivas. São Tomás de Aquino disse 'existem várias formas de se chegar a Deus e uma delas é a beleza', e a música nada mais é que colocar um pensamento, uma frase, um sentimento belo" contou o pároco.

Acompanhando ao espetáculo com atenção, o presidente da Associação Luso Brasileira, Horácio Andrino, se sensibilizou. "Você vê a garotada ali com sete, dez anos, aprendendo a cantar, a conviver em conjunto e usando a palavra de Deus pra ensinar, é um negócio que emociona. A música emociona, une, a cantata traz a paz ao nosso coração, a gente sai daqui leve, flutuando. Independente da religião de cada um, qualquer pessoa que esteja presente se emociona" disse o presidente, aproveitando para deixar sua mensagem. "Acredito que este tenha sido um ano bastante difícil para as pessoas, por conta de tantos problemas, políticos, de economia, de relacionamentos, de desemprego. Isso faz com que a gente chegue no final do ano com a esperança de que no próximo tudo se resolva, que tenhamos melhores condições neste mundo que não é fácil. Que 2019 seja um ano mais feliz, próspero, com mais respeito entre as pessoas. Temos que fazer de tudo pra melhorar nossa vida, nosso ambiente, nós mesmos e a sociedade" desejou.

Após as apresentações houve um festival de bolos, com vários sabores e refrigerante.

Texto e fotos de André Patroni.